quinta-feira, 30 de julho de 2009

Diferenças e mudanças PMBOK 4a. Edição




Olá pessoal, para os interessados em saber as mudanças ocorridas no Guia PMBOK 2008 4a Ediçao recomendo escutar o Podcast do Ricardo Vargas e o guia de Processos disponibilizado pela PMTech - Mauro Sotille. Para facilitar a vida apresento também uma tabela com um resumo das mudanças:

Processos 3ª Edição Processos 4ª Edição Notas
INICIAÇÃO
4.1 Desenvolver termo de abertura 4.1 Desenvolver termo de abertura
4.2 Desenvolver declaração de escopo preliminar Eliminada
10.1 Identificar partes interessadas Novo

PLANEJAMENTO
4.3 Desenvolver plano de gerenciamento do projeto 4.2 Desenvolver plano de gerenciamento do projeto
5.1 Planejamento do escopo Eliminada
5.1 Obter requerimentos Nova
5.2 Definição de escopo 5.2 Definir escopo Renomeada
5.3 Criar WBS 5.3 Criar WBS
6.1 Definição de atividades 6.1 Definir atividades Renomeada
6.2 Sequenciamento de atividades 6.2 Sequenciar atividades Renomeada
6.3 Estimativa recursos por atividade 6.3 Estimar recursos por atividade Renomeada
6.4 Estimativa duração de atividades 6.4 Estimar duração de atividades Renomeada
6.5 Devenvolvimento de cronograma 6.5 Desenvolver cronograma Renomeada
7.1 Estimativa de custos 7.1 Estimar custos Renomeada
7.2 Orçando custos 7.2 Determinar orçamento Renomeada
8.1 Planejando qualidade 8.1 Planejar qualidade Renomeada
9.1 Planejamento de recursos humanos 9.1. Desenvolver plano recursos humanos Renomeada
10.1 Plano de comunicações 10.2 Planejar comunicações Renomeada
11.1 Planejando gerenciamento de riscos 11.1 Planejar gerenciamento de riscos Renomeada
11.2 Identificação de riscos 11.2 Identificar riscos Renomeada
11.3 Analise qualitativa de riscos 11.3 Preparar analise qualitativa de riscos Renomeada
11.4 Analise quantitativa de riscos
11.4 Preparar analise quantitativa de riscos Renomeada
11.5 Planejando resposta para riscos 1.5 Planejar respostas para riscos Renomeada
12.1 Planejar compras e aquisições 12.1 Planejar aquisições Renomeada
12.2 Planejar contratações
Consolidada com alguns processos dentro de gerenciamento de aquisições

EXECUÇÃO
4.4 Dirigir e gerenciar execução de projetos
4.3 Dirigir e gerenciar execução de projetos
8.2 Desenvolver garantia de qualidade 8.2 Desenvolver garantia de qualidade
9.2 Contratar time do projeto 9.2 Contratar time do projeto
9.3 Desenvolver time do projeto 9.3 Desenvolver time do projeto
9.4 Gerenciar time do projeto Transferida de Monitoramento e Controle
10.2 Distribuição de informações 10.3 Distribuir informações
10.4 Gerenciar expectativas de partes interessadas Transferida de Monitoramento e Controle
12.3 Requerer resposta de vendedor 12.2 Conduzir aquisições Renomeada e combinada
12.4 Selecionar vendedores Consolidada com alguns processos dentro de gerenciamento de aquisições

MONITORAMENTO E CONTROLE
4.5 Monitorar e controlar trabalhos do projeto 4.4 Monitorar e controlar trabalhos do projeto
4.6 Controle integrado de mudanças 4.5 Desenvolver controle de mudanças integrado Renomeada
5.4 Verificação do escopo 5.4 Verificar escopo Renomeada
5.5 Controle do escopo 5.5 Controlar escopo Renomeada
6.6 Controle de conograma 6.6 Controlar cronograma Renomeada
7.3 Controlar custos 7.3 Controlar custos Renomeada
8.3 Executar controle de qualidade 8.3 Executar controle de qualidade
9.4 Gerenciar time do projeto Transferida para Execução
10.3 Reporte de performance reporting 10.5 Reportar performance Renomeada
10.4 Gerenciar partes interessadas Transferida para Execução
11.6 Monitorando e controlando riscos 11.6 Monitorar e controlar riscos Renomeada
12.5 Administração de contratos 12.3 Administrar aquisições Renomeada

ENCERRAMENTO
4.7 Encerramento de projeto 4.6 Encerrar projeto ou fase Renomeada

Templates de Gerenciamento de Projetos

No link abaixo é possível obter templates utilizados pela área de gerenciamento de serviços da Stanford University em todas as fases do ciclo de vida de um projeto:Iniciação, Planejamento, Execução e Encerramento.

Além dos próprios templates, são apresentadas as entradas e saídas de cada entregável além das orientações de encaminhamento realizadas pelo PMO.

Não perca, vale a pena conhecer!

http://www.stanford.edu/dept/its/projects/PMO/files/pm_checklist.html

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Dando o exemplo


Sobre o post abaixo, veja o nobre presidente acompanhando o Portfolio de Projetos de TI!!

Portfolio de Projetos com IT Dashboard



O governo Obama mais uma vez inova e disponibiliza abertamente o acompanhamento do Portfolio de Projetos TI, inclusive sendo possível cerificar quais os projetos "estouraram"o orçamento.

Neste ambiente, cuja denominação é Federal IT Dashboard são apresentados painéis que proporcionam uma visão geral do andamento (custos, prazo e qualidade) dos projetos vinculados ao orçamento nacional.

Imperdível, tomara que a onda pegue e nossos governantes acordem para o Gerenciamento de Projetos, de Programas e de Portfolio.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Projeto de construção em quatro Horas

Este vídeo foi indicado por Farhad Abdollahyan, PMP, realmente impressionante (tanto a realização/superação da meta estabelecida, quanto a quantidade de pessoas envolvidas neste projeto). Vale a pena ver:

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Certificação PMI para iniciantes - CAPM em Gerenciamento de Projetos


Seguindo a tendência de crescimento da profissão de Gerenciamento de Projetos o PMI ampliou a gama de de certificações possíveis com a criação Certificação CAPM - Certified Associate in Project Management.



No Brasil é uma certificação ainda muito nova e pouco difundida. Este fato pode ser comprovado pelos números obtidos no site CATHO, o qual traz 127 vagas para profissionais PMP e apenas 12 para CAPM em pesquisa realizado na data de hoje (14/07/2009).

O PMI disponibiliza esta certificação para quem está iniciando na profissão de Gerente de Projetos ou para membros de equipes. É o ponto de partida para entrar nesta profissão estimulante e dinâmica!

Com bem menos requisitos de elegibilidade que a certificação PMP, basta responder "sim" para as perguntas abaixo:

1. Você tem o Ensino Médio (2º Grau) completo?
2. Você é um membro de uma equipe de gerenciamento de projetos com pouca experiência?
3. Você tem 1500 horas de experiência como membro de uma equipe de projeto?
4. Você tem pelo menos 23 horas de curso de gerenciamento de projetos?
5. Você conhece (e já leu) o PMBOK® Guide?

O exame CAPM é composto por 150 questões de múltipla escolha. Dessas 150 questões, 15 são retiradas do exame como "pré-teste". Essas questões não são pontuadas e servem como base para evolução do próprio exame. Aprova é baseada no PMBOK, ao contrário da PMP, que apresenta inúmeras questões situacionais.

Existem 2 formas de realizar o exame: Paper-based (em papel) ou Computer-based (no computador) - esta é opção mais utilizada no Brasil. O custo da prova é de:

* US$ 225,00 para membros do PMI®
* US$ 300,00 para não-membros

Para os interessados existe uma lista de discussão sobre o assunto, o link para acesso segue abaixo:
http://br.groups.yahoo.com/group/certificacao_capm/

ATENÇÃO:
Todos os interessados em obter as certificações CAPM®, PMP® e PgMP® devem concordar e zelar pelo Código de Ética e Conduta profissional do PMI !!!!

Ficou interessado? Obtenha mais informações no CAPM HandBook

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Empresas de Alto Desempenho - Controles e Cultura

Entrevista de Gene Kim, da TripWare, autor do estudo "IT Controles Performance Study" e do artigo "Priorizando controles de TI", sobre o que diferencia as empresas de alto desempenho e que controles e cultura elas têm (e que as demais, de baixo ou medio desempenho, não têm).

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O PMP ganha mais mesmo?

IT Careers - Convergência Digital
:: Por Fabio Medeiros :: 09/07/2009

No mundo globalizado de hoje, pessoas talentosas não param em um só lugar. As pessoas de talento têm procurado tanto ambientes em que suas habilidades têm a devida recompensa, seja monetária, como benefícios intangíveis, tais como o ambiente de trabalho, potencial da empresa, oportunidades de crescimento pessoal e avanço na carreira. Uma das habilidades mais cobiçadas hoje em dia é a de gerente de projeto. Principalmente com as novas ferramentas de Business Process Management (BPM) & Business intelligence (BI) onde os projetos são o foco estratégico das empresas e não mais somente os projetos operacionais como os de construção e implantação. O gerente de projeto tem cada vez mais expandindo sua atuação para todas as camadas das empresas e em todos os setores.

O PMI foi iniciando no Brasil na prática de engenharia de mineração, e mais recentemente no mundo de TI e construção, e hoje em dia áreas como Financeira, Farmacêutica, Comunicações e outras são cada vez mais ligadas a projetos.

Na década de 80 foi instituída pelo PMI a certificação PMP (Project Management Professional). Uma certificação que credencia profissionais de Gerência de Projetos nas práticas consolidadas no PMBOK (Project Management Body of Knowledge).

Certificado PMP
Além de atestar a capacidade em gerenciamento de projetos, a certificação também representa status profissional e diferencial de mercado, uma vez que muitas empresas e órgãos têm solicitado profissionais certificados.

Na maioria das vezes ficamos entretidos com a idéia que PMPs, imediatamente após sua certificação são agraciados de um salário melhor (que os não PMP). Não vejo muito desta prática nas empresas, mas a verdade é que poucas empresas têm essa política. Nas maiorias das empresas que tem políticas dessa natureza são as que têm um de plano de carreira bem estabelecida e estruturada, são grandes empresas e com um histórico de sucesso. E assim pode-se dizer que sim, existe uma diferença de salário (dentro da mesma empresa) de PMP e não PMP’s. Mas não é uma regra generalizada para todas as empresas.

O que pode acontecer é que as pessoas percebendo que seu valor não foi reconhecido descobrem que existem lugares onde isso é verdade. Se considerarmos que as melhores vagas no mercado de trabalho, indubitavelmente são ocupadas por PMP’s (PMP prefered!) podemos dizer que estas também têm os melhores níveis salariais.

Isso não é uma fábula. Uma pesquisa divulgada pela revista Certification Magazine indicou que Gerentes de Projetos e possuidores da credencial PMP estão entre aqueles que recebem os salários mais altos da área de TI. A revista ouviu 35.573 profissionais de TI de 197 países e descobriu que a média salarial dos profissionais de gerenciamento de projetos está entre os mais altos de todas as áreas de TI. Segundo a publicação, os que possuem a credencial Project Management Professional (PMP) receberam os mais altos salários entre todos os profissionais de TI possuidores de certificação profissional.

Assim, se tomarmos a mobilidade dos talentos dentro do mercado de trabalho, não vai demorar que os PMP’s como raras exceções irão se mantiver nas melhores posições com as melhores chances de encontrarem bons ambientes de trabalho, com remunerações mais elevadas.

Isso, sem nenhuma reserva, posso dizer é uma questão de tempo, pois nós estamos falando de uma habilidade, que uma vez comprovada (e mantida, atualizada como deve ser a Certificação PMP) tem uma vida longa, diferente de outras habilidades voláteis, mas também importantes como linguagens de programação ou conhecimentos relacionados a tecnologias. Um projeto será sempre projeto, algumas variações se aplicam, mas não vão ter sua aplicabilidade limitada como já aconteceu com linguagens de programação (ex. COBOL, CLIPPER).

Mas “A pergunta” é: O PMP ganha mais? A resposta simples depois de toda essa elaboração é estrondoso “SIM”. Se não agora, daqui a pouco e muito pouco!

Tem mais um detalhe: cada vez mais os PMP são diferenciados pelo tempo que se tornaram PMP, (sou PMP a dois, cinco anos, três anos, etc.) gerando diferenças entre os PMP’s.

A PMI tem a mesma visão do Bill Gates teve com PCs: mais de um PMP para cada projeto! Eu acho que eles irão conseguir!

* Fábio Medeiros é country manager da TSI do Brasil

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sem gestão, o projeto Copa será gol contra

Ricardo Vargas, o primeiro latino-americano a presidir o Conselho Diretor do PMI (Project Management Institute) diz que há um antídoto para o desperdício na Copa de 2014: um comando centralizado



Com a experiência de quem atua em gerenciamento de projetos complexos - principalmetne na área de petróleo - que o retiram do Brasil 12 dias a cada mês, o diretor da consultoria Macrosolutions, Ricardo Vargas, está preocupado com a Copa do Brasil. Especializado em gestão de projetos, com mestrado pela George Washington University, o engenheiro químico formado pela UFMG se pergunta a que custo o Brasil fará sua Copa em 2014. De Paris, interrompendo um retiro de dois meses com a família, Ricardo analisou o desafio brasileiro como um gestor de projetos - o primeiro latino-americano a presidir o conselho diretor do PMI (Project Management Institute), organização que reúne especialistas em administração de projetos.

Que lições os jogos do Pan, no Rio, deixam para a organização da Copa de 2014 ?
Em primeiro lugar, acho que devemos combater este mau hábito brasileiro que é o de relegar o planejamento a um nível menor de importância. Planejar, para nós, é coisa para ser feita na última hora, no último minuto. Sempre tendemos a acreditar na nossa capacidade de resolver o problema da execução de uma forma imediata. O pensamento é "Ah, sempre fiz assim e deu certo" ou "No final, tudo dá certo."

É a convicção de que o gol vai sair aos 49 do segundo tempo...
Exatamente. A gente não precisa treinar. Basta botar 11 em campo e jogar bola que o gol sai. E temos visto que não é bem assim, que o caminho não é bem esse. Uma das grandes lições que precisamos assimilar é que falta de planejamento custa caro e dá trabalho. A gente sentiu isso no Pan. Eu posso garantir para você que, se o planejamento tivesse sido feito de modo absolutamente criterioso, os resultados teriam sido muito diferentes. Não do ponto de vista da competição, mas da organização. Não tenho a menor dúvida disto.

No Pan, gastou-se muito além do orçado. E na Copa do Mundo, melhoraremos sob esse aspecto ou não?
Tudo é uma questão de padrão. Quando você está muito mal e fica somente mal, é uma melhora... Ou seja, para quem gastou dez vezes mais do que tinha previsto, gastar só três vezes mais, por exemplo, seria um lucro enorme (rindo). Olhe o caso da África do Sul, que está sofrendo violentamente para organizar a Copa de 2010. Eu sei o motivo: falta de planejamento. Cronogramas desintegrados, irrealistas... E aí o que acontece? Chega lá no final, lá na ponta, não vai funcionar. Não há dinheiro no mundo que ponha em pé um prédio em dois meses. Você não põe. Ou então será um prédio que não tem água, a luz não funciona, a porta cai. É natural.

Até que ponto a experiência de ter feito o Pan é útil para realizar a Copa?
Há algumas diferenças entre os dois eventos que tornam a Copa do Mundo um projeto mais desafiador. No Pan, estava tudo centralizado na cidade do Rio de Janeiro. Já a Copa envolve um trabalho descentralizado. Nós vamos ter cidades-sede de norte a sul do país. Haverá construção e reconstrução de estádios, obras de infraestrutura hoteleira, rodoviária, aeroportuária etc. E todas essas obras tomam muito tempo. Não são feitas da noite para o dia.

Dá para acreditar que haverá um nível de coordenação eficaz entre a União, governos estaduais e prefeituras das cidades-sede? A variável política não torna mais complexa a gestão do projeto Copa do Mundo?
É complicado opinar sobre questões políticas, mas tudo o que eu espero é que seja montado um escritório de projetos e que seja feito um trabalho extremamente técnico de coordenação desses esforços. Por que senão nós vamos começar a ter problemas. Eu não tenho nenhuma dúvida de que nós estaremos prontos em 2014. O problema é quanto isso vai custar e qual esforço isso vai requerer da sociedade, entende?

De onde vem a certeza de que tudo estará pronto a tempo?
É que, quando aperta o desespero, sempre aparece alguém para fazer o trabalho. Se você falar que preço não é o problema e admitir gastar R$ 5 bilhões em vez de R$ 1 bilhão, dá para construir um estádio em seis meses, não tem problema nenhum. Com dinheiro, você pode fazer qualquer coisa, fácil. O desafio é fazer de um modo racional, como fez a Alemanha, que realizou uma Copa exímia, do ponto de vista do planejamento, inclusive usando parcerias público-privadas em empreendimentos como o Allianz Arena, projeto altamente complexo e que foi construído dentro dos prazos, sem estresse. Outro exemplo de gestão foi a Olimpíada de Pequim. E os jogos olímpicos são, na minha opinião, bem mais complicados do que uma Copa do Mundo. Porque em uma Olimpíada estamos falando em 10 mil competidores. Na Copa, temos apenas 32 seleções. Incluindo jogadores e comissões técnicas, teremos um universo de mil pessoas competindo, todas distribuídas em 12 cidades, média de 100 pessoas por cidade. Para arrumar instalações, é muito simples. Agora, imagina 10 mil competidores em uma cidade. É preciso uma infraestrutura absurda.

Diferentemente da China, porém, no Brasil um projeto como a Copa do Mundo está sujeito não apenas a disputas políticas como, ainda, a questionamentos sobre temas como licenciamento ambiental para obras de infraestrutra. Esta é uma variável importante?
É um ingrediente que complica. Mas a afeição do brasileiro pelo futebol é tamanha que qualquer contratempo para a realização da Copa do Mundo será politicamente catastrófico para quem está no comando - seja, por exemplo, o prefeito de Belo Horizonte, o governador de Minas ou o presidente da República. Todos são fortemente prejudicados, pois o futebol é uma instituição nacional. É um evento em torno do qual existe um interesse absurdo por parte da sociedade.

Mas juízes e promotores públicos não são eleitos e, portanto, estão menos expostos a pressões políticas.
Concordo, mas é preciso considerar que a necessidade de construir estádios será mínima. A maioria das obras envolve reformas em estádios já existentes. Isso simplifica bastante o processo de licenciamento ambiental, pois não estamos falando de pegar um terreno e construir algo novo, do zero. O que vai ser crítico, na minha opinião, é o desafio da coordenação dos esforços. É a necessidade que as empresas terão de planejar, estruturar seu trabalho, de modo a conseguirem entregar tudo no prazo e com tempo para testes, para que não se chegue às vésperas da estreia com pessoas trabalhando dentro do estádio...

Como funcionaria o escritório de projeto que você defende para organizar a Copa do Mundo?
Para se entender o que é um escritório de projeto, o melhor exemplo que posso dar é o das salas de guerra. O que é o war room? É uma sala onde você tem todo o controle da situação. A Air France, por exemplo, montou uma sala de crise no aeroporto Charles de Gaulle. É um lugar onde todos os esforços ficam concentrados. Em Londres, perto da casa do primeiro-ministro britânico, há um war room famoso. Era onde Churchill ficava. Este é o princípio de um escritório de projeto. No caso da Copa, é você colocar um escritório central em alguma parte do Brasil, com a responsabilidade de fazer a coordenação. Caberá ao escritório de projeto dizer "O estádio da cidade tal está adiantado, o estádio tal está atrasado, aqui se está gastando mais, lá está se gastando menos". É exatamente o quê? É termos controle do processo.

É onde nos perdemos?
A falta de controle é um dos fatores que mais pesam para que se gaste mais e para que se atrase o cumprimento do cronograma. É como na empresa. Se você quer que sua empresa dê errado, você não precisa fazer nada: ela vai errar sozinha. Fazer a empresa dar certo é que dá trabalho. Costumo dizer a meus alunos: "Para dar errado, é muito fácil". É o conceito de entropia. As coisas não se organizam sozinhas. Elas se desorganizam sozinhas. Grandes obras e empreendimentos têm por natureza a desordem, o caos. É um processo natural. O escritório de projetos visa a dar controle, instrumentos para você não deixar que as coisas se desorganizem. Você atua de modo proativo, avaliando prazo, custo, escopo, o que está sendo feito e o que não está, riscos que estão sendo mitigados, oportunidades que estão aparecendo. Tudo para que se possa tirar do projeto o melhor resultado possível. A Copa é um verdadeiro presente que estamos recebendo, algo que pode mudar a maneira com o Brasil é percebido pelo mundo em termos do que somos capazes de fazer.

E o que fazer com os superequipamentos esportivos depois da Copa? O estádio João Havelange, construído para o Pan, acabou arrendado por um valor simbólico para o Botafogo.
O projeto não se esgota com a competição. Veja o caso do sambódromo do Rio. Ele foi construído com a finalidade de abrigar o carnaval carioca. No resto do ano, é uma escola pública. Todos esses investimentos que virão com a Copa do Mundo são bem-vindos, mas o desafio que temos é de pensar: "Ok, ótimo, mas e aí? O que faremos e como aproveitaremos esta infraestrutura? Como tirar proveito da ampliação daquele aeroporto?". E isso faz parte do projeto. Embora seja óbvio que o Brasil tenha feito lobby em favor da escolha de algumas cidades, eu espero que a Fifa tenha tomado sua decisão de forma criteriosa e os investimentos considerem esta visão estratégica que é necessária para se produzir um projeto que não se esgote
com a Copa.

Do ponto de vista do gerenciamento de projetos, a Fifa deveria ter um plano B para a hipótese de o Brasil não atender aos requisitos em tempo hábil? Afinal, os EUA estão se candidatando para 2018...
Eu não sei se a Fifa tem um plano B. Mas não penso nessa hipótese. Estamos vendo as dificuldades de infraestrutura da África do Sul para viabilizar a Copa de 2010. E a Fifa não parece estar pensando em mudar a Copa. Se viesse a acontecer algo assim, talvez fosse a propaganda mais negativa que um país pudesse ter na história. Imagina a África do Sul tendo a sua Copa cancelada. Isso não tem preço. É a pior coisa que pode acontecer. É preferível não ser escolhida.

O problema, na África do Sul, é falta de recursos?
Não. O problema é o mesmo de sempre: gestão. Falta gente qualificada para administrar, para coordenar. Uma Copa envolve projetos complexos, especialmente na área de infraestrutura, telecomunicações. É preciso fazer tudo isso acontecer. Defitivamente, não é simples.

Quais os erros clássicos das empresas em matéria de gestão de projetos?
O primeiro erro que as empresas cometem, e que as leva ao fracasso, é o mau dimensionamento do escopo do projeto. Escopo é aquilo que tem de ser feito no projeto. Escopo bom é aquele no qual não sobra e não falta trabalho.

Exemplificando...
Confins, em Belo Horizonte, é um aeroporto que deve estar utilizando 40% da sua capacidade. Mesmo assim, imagine que alguém decida expandir Confins antes de investir na expansão do Mineirão. Bem, quem fizer isso terá um aeroporto com mais capacidade ociosa e um estádio com capacidade aquém da que precisaria. Não vai funcionar. É muito importante saber priorizar. O que fazer primeiro, o que fazer depois. É o erro número 1: dimensionar mal o escopo.

E o erro número 2?
É subestimar os prazos. Em gerenciamento de projetos, a gente brinca com esse erro dizendo que é como planejar, na CNTP, as "Condições Normais de Temperatura e Pressão", como aprendemos nas aulas de física. É você imaginar: "Eu vou construir isso e nada vai dar errado. Tudo dará certo, a produtividade vai ser 100%". A vida real não é perfeita. Então, se você planejar considerando que tudo é perfeito, na hora da execução você levará muito mais tempo.

Um afastamento esquizofrênico da realidade.
Exatamente. E o excesso de otimismo leva a falhas de previsão e à má avaliação dos riscos. "Vai acontecer algum problema? Não. Vai faltar concreto, cimento? Não. Vai ter gente? Vai, vai ter gente sobrando." E na hora de executar... É aquela máxima: no papel, cabe tudo. O difícil é transformar o que está no papel em realidade. A realidade nunca segue o papel. O papel é que tem de seguir a realidade. E isso dói. É por isso que muita gente prefere não planejar. Porque vai acabar descobrindo que a ideia não é tão boa assim. E, depois, quem será o mensageiro da má notícia? Quem dirá: "Olha, aquele valor que nos comemoramos não é bem o valor real". Acho que é por isso que muita gente prefere que haja poucos controles nos projetos. Assim, é muito fácil culpar qualquer coisa quando algo dá errado. Meu trabalho e o dos profissionais em gestão de projetos é fazer com que as empresas mudem essa realidade.

Não deveria ser difícil a missão de convencer empresas a gastar menos....
Atuo principalmente no exterior, no setor de petróleo, que é altamente complexo e envolve muito capital. Uma plataforma representa um investimento equivalente a um estádio de grande porte, como o Maracanã. É coisa de US$ 1 bilhão. Uma refinaria de petróleo custa US$ 9 bilhões, preço de uma Copa do Mundo. São empreendimentos complexos, que exigem a a instalação de um escritório de projetos. Nessa escala de investimentos, uma economia de 10% significa muito dinheiro.

Qual a principal dificuldade para implantar um escritório de projetos em uma empresa?
O grande problema é o que chamamos de soft skills - as habilidades não técnicas. Nesse projeto da Copa 2014, pode acreditar: o maior desafio não é definir qual vai ser a carga de peso que vai sustentar a alvenaria do estádio tal. Essa não é a questão. Nós não temos problema técnico. O problema é gente. É poder, é interesse, é capacidade de liderança, de fazer convergirem os diferentes interesses das pessoas. É esse tipo de coisa que faz com que o projeto dê mais certo ou mais errado. Dos nossos últimos 100 clientes, eu não tenho um caso sequer em que o obstáculo foi um problema técnico. A dificuldade nunca foi causada por um erro de cálculo. E sim por interesses, disputa de poder, esses problemas que eu chamo de soft skills, ou "habilidades leves", não técnicas.

Fonte: Por: Eugênio Esber / Redação de AMANHÃ

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Steve Jobs em Stanford (legendado)

Abaixo dois de meus vídeos prediletos. Verdadeira Lição de Vida:

Parte1:


Parte 2:

sexta-feira, 3 de julho de 2009

12 Seminário Nacional de GP

Dias 07 e 08 de Julho em Belo Horizonte. 26 Palestras em 10 painéis.

Local:

Centro de Convenções do Hotel Mercure - Av. do Contorno, 7315
Bairro Lourdes - Belo Horizonte / MG

Mais detalhes no site:
http://www.ieteconline.com.br/index.php

O grande Farhad Abdollahyan será um dos palestrantes.